POEMA

REBENTO


Do chão tão injustamente
abandonado, um rebento
de repente rompe, verde e tenro.

Brotou talvez de uma semente, por acaso
trazida na sola de um sapato
de algum trabalhador que por ali passou.

E assim verde e tenro, de repente,
do chão rompido, contra a injustiça
do abandono, este rebento isolado
é uma acusação e uma promessa.


Armindo Rodrigues

5 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Quando o ideal é forte,sempre renascerá por muito que queiram sufocá-lo.

Um beijo.

Mário Pinto disse...

Acontecem coisas destas, sobretudo ao amanhar a terra.

Um abraço

Maria disse...

É a certeza de um Futuro que há-de chegar!

Um beijo grande.

Olinda disse...

Um pouco por todo o lado há sementes a germinar.

Maria João Brito de Sousa disse...

Magnífico poema!